terça-feira, 26 de setembro de 2017

 A LENDA DE MATINTA PERERA



Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou fumo.A Matinta Perera é uma ave de vida misteriosa e cujo assobio nunca se sabe de onde vem. Dizem que ela é o Saci Pererê em uma de suas formas. Também assume a forma de uma velha vestida de preto, com o rosto parcialmente coberto. Prefere sair nas noites escuras, sem lua. Quando vê alguma pessoa sozinha, ela dá um assobio ou grito estridente, cujo som lembra a palavra: “Matinta Perêra…”


A lenda da Matinta Perera
Para os índios Tupinambás esta ave, era a mensageira das coisas do outro mundo, e que trazia notícias dos parentes mortos. Era chamada de Matintaperera.
Para se descobrir quem é a Matinta Pereira, a pessoa ao ouvir o seu grito ou assobio deve convidá-la para vir à sua casa pela manhã para tomar café.


No dia seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou fumo é a Matinta Pereira. Acredita-se que ela possua poderes sobrenaturais e que seus feitiços possam causar dores ou doenças nas pessoas.
Em alguns lugares, se apresenta como um velho, a cabeça amarrada com um pano ou lenço, como se fosse uma pessoa doente, indo de porta em porta, também a pedir tabaco.
Um ponto em comum em todas as versões encontradas, é que se trata de um indivíduo nômade, que anda a gritar, ou com seu assobio de pássaro, ou a tocar uma flauta, sempre a pedir tabaco. No Tupi encontramos Mata como significado de coisa grande, e mati para coisa pequena. No nosso caso da Matinta-Pereira, o mati significa um ente misterioso, nem ave, nem quadrúpede, nem serpente, mas tendo de todos estes alguma coisa. Mora nas ruínas, junto com onças, corujas e cobras.
Há na região Norte, sociedades secretas femininas chamadas de Tapereiras, que o povo chama de Mati-taperereiras. Às vezes usam do medo que provocam na população para obterem vantagens. Conta-se que garotos de 10 a 14 anos, como serventes e nas noites sem luar, saem a gritar imitanto a Matinta-pereira. O povo assustado fecha as portas e janelas, e todos se calam para não atrair o “demônio” para suas casas.


Matinta Perera
Nos dias seguintes a essa noite, todos sabem que durante o dia chegará às suas portas uma velha a pedir tabaco. Nesse caso é melhor dar, ou charutos, e mais alguma coisa para comer. Insatisfeita tentará entrar na casa; Satisfeita ela irá embora sem causar mal algum.
A Matinta Pereira – Notas Complementares:
Nomes comuns: Matinta Pereira, Matinta, Mati-tapereira, Matim-taperê, etc.
Origem Provável: Mito que ocorre no Sul, Centro e Norte e Nordeste do Brasil. Para alguns é uma variação da lenda do Saci.
Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio, o morador diz:: – Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo.


A lenda da Matinta Perera
Na região Norte, especialmente Pará, a Matinta Pereira, seria um pequeno índio, de uma perna só e com um gorro vermelho na cabeça, semelhante ao Saci, que não evacua nem urina, sujeito a uma horrível velha, a quem acompanha às noites de porta em porta, a pedir tabaco. A velha que o acompanha canta, ao som do canto de um pássaro noturno chamado Matin-ta-perê.
Em Pernambuco há uma referência a uma ave noturna, cujo canto se assemelha a um grito, muito temido por todos, por ser considerado de mau agouro. É a mesma Matinta, mas esta parece dizer: “Saia-Dela”.
Esta é provávelmente uma adaptação da lenda do Saci. Inclusive o pássaro no qual ela se transforma, chamada Matin-ta-perê, que além de ser preta tem o costume de andar pulando numa perna só, é a mesma que entre os Tupinambás, com o tempo se transformou no moleque Saci.
A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de “virar” Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo “rasga-mortalha”. Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta: “Quem quer? Quem quer?” Se alguém responder “eu quero”, pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de “virar” Matinta Perera.


Matinta Perêra apavora às pessoas.
Existem várias formas de escrever o seu nome: Matinta Pereira, Matinta Perêra, Matinta Perera, Mati-Taperê, Mat-taperê, Matim-Taperê, Titinta-Pereira. Ela se apresenta como sendo uma velha, geralmente acompanhada de um pássaro. O pássaro assobia, à noite, para perturbar o sono das pessoas e assustar as crianças.


Matinta Pereira, Matinta Perêra, Matinta Perera, Mati-Taperê, Mat-taperê, Matim-Taperê, Titinta-Pereira.
Há os que dizem que já tiveram a infeliz experiência de se deparar com a visagem dentro do mato. A maioria a descreve como uma mulher velha com os cabelos completamente despenteados e que tem o corpo suspenso, flutuando no ar com os braços erguidos. Ao ver uma Matinta, dizem os experientes, não se consegue mover um músculo sequer. A pessoa fica tão assustada que fica completamente imóvel! Paralisada de pavor!


Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça 


Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça 


Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça 


Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça 


Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça 

Matinta Perera com Cachimbo – Escultura em epóxi por Nelson Nabiça


 FONTE : NO AMAZONAS É ASSIM




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Lá no Maranhão esta entidade é muito respeitada e temida, não se trata de uma lenda urbana, é uma manifestação espiritual, por demais comum, tanto na zona rural quanto nas cidades, visto que, o seu local de aparecimento é sempre nas estradas em noites escuras, porém, existe algo que ainda não foi dito sobre esta entidade, é que, se a pessoa que tiver a coragem de convidá-la à sua casa para lhe dar fumo, tabaco ou charuto, quando ela for pegar o que lhe foi prometido, deve-se enrolar os presentes em um papel com o nome dos inimigos da pessoa, que o ofertante deseja vê-los mortos, e embaixo dos nomes deve-se escrever o seguinte:" Sra. Matinta, que eles estejam contigo, e não cá entre os vivos, e que mais fumo e tabaco eu vou lhe dar, por sete vezes na lua minguante".

João Batista de Ayrá - advogado/jornalista/babalorixá do Tambor de Mina Gêge Nagô do Maranhão - Whatsapp (21) 99136-4780