terça-feira, 11 de outubro de 2011

A origem da cachaça. Você sabia?




Raízes da África 11/10/2011

por Museu do Homem no Nordeste O fato narrado abaixo me foi enviada pelo embaixador da República de Cabo Verde, Daniel Antonio e repasso...



Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo.
Não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse.
Porém um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou.
O que fazer agora?
A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor.
No dia seguinte, encontraram o melado azedo fermentado.
Não pensaram duas vezes e misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo.
Resultado: o 'azedo' do melado antigo era álcool que aos poucos foi evaporando e formou no teto do engenho umas goteiras que pingavam constantemente.
Era a cachaça já formada que pingava. Daí o nome 'PINGA'.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, por isso deram o nome de 'ÁGUA-ARDENTE'
Caindo em seus rostos escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar.
E sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.

(História contada no Museu do Homem do Nordeste)

comentário

A história supra contada, nos leva a seguinte reflexão: dentro da religião afro-brasileira, é comum em algumas casas de candomblés tradicionais não "darem"(cultuar) os nossos famosos Exus Eguns, devido os mesmos fazerem uso da nossa tradicinal "pinga brasileira, a chamada cachaça. Porém, esquecem-se esses senhores (líderes de candomblés tradicionais) que em África, a nossa conhecida aguardente é ofertada aos Orixás e Voduns, numa boa e sem qualquer rejeição por parte deles. Aí diriam alguns: Mas, na minha casa só ofertamos o aluá (bebida fermentada a partir da casca do abacaxi ou do milho de galinha). E eu responderia: Isto é porquê, não seguem a verdadeira tradição vivida em África.Enquanto que nós brasileiros desde os nossos antepassados, sejam eles negros ou índios, já usavamos tão maravilhoso "néctar dos deuses". Quantas das vezes ao arriarmos um simples "ebó", composto de uma garrafa de pinga, um charuto, uma vela,uma caixa de fósforo, uma rosa ou um cravo e algumas moedas e um padê (farinha misturada com dendê), em uma encruzilhada aberta e ofertamos ao Exu da nossa predileção, e o MILAGRE ACONTECE ?

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá