sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Dia do Orgulho Hétero não é homofobia, afirma Gilberto Kassab

05/08/2011 - 08h52

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Criar o Dia do Orgulho Hétero em São Paulo não incentivaria a homofobia, na opinião do prefeito Gilberto Kassab (PSD). "É um projeto como outro qualquer", afirma.

Em entrevista ontem, Kassab disse que sua assessoria ainda está estudando o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, que prevê a data oficial em todos os terceiros domingos de setembro.


Prefeito Gilberto Kassab diz que a criação do Dia do Orgulho Hétero em São Paulo não incentivaria a homofobia

Mas ele afirmou que, em primeira análise, não há motivo para vetar a ideia de autoria do vereador Carlos Apolinário (DEM). "A abordagem inicial é que é um dia como qualquer dia. Tem dia do médico, dia do professor", disse.

"Talvez não se encontre nenhuma ilegalidade e é possível que seja encaminhado para sanção. Em princípio, a Câmara tem todo o direito de estabelecer os dias que ela julgar adequados", afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de vetar o projeto por falta de interesse público, Kassab desconversou. "Por isso que vamos aguardar a ATL [assessoria técnico-legislativa]. Ela avalia justamente essas coisas", disse Kassab.

O prefeito tem 15 dias para sancionar ou vetar o texto. A iniciativa já ganhou até repercussão internacional. Os sites das revistas "Forbes" e "Newsday" deram destaque ao "Straight Pride Day".

A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) pediu veto ao projeto.

O assunto chegou a ser um dos mais comentados do Twitter em todo o mundo. Um abaixo-assinado criado na internet por uma militante gay da Baixada Santista tinha, até ontem à noite, cerca de 2.500 apoiadores.

Para Kassab, "todas as manifestações são muito bem-vindas". "A gestão, qualquer que seja ela, tem de ser a gestão do diálogo. A cidade é de 11 milhões de pessoas", disse.

O projeto de autoria de Apolinário, membro da igreja Assembleia de Deus, é uma reação à Parada Gay.

O vereador do DEM critica o fato de a Parada poder ser realizada na avenida Paulista e a Marcha Para Jesus, não. Apolinário afirma ainda que sua ideia é "resguardar a moral e os bons costumes".

O projeto de lei de Apolinário foi aprovado na terça com a presença de 50 vereadores e manifestação contrária de 19. Cinco parlamentares não registraram presença.

Andre Vicente/Folhapress

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Essa é mais uma discussão infértil, posto que, a grita dos homossexuais é improcedente, na medida que eles não podem ver tal projeto como um obstáculo a luta pelos seus direitos, que até agora, já são muitos, só em obter do governo municipal a autorização para a realização da grande passeata gay em uma das principais avenidas de São Paulo, já é um feito que poucas ou quase nenhuma religião tem conseguido, até pelo número de pessoas reunidas em tal evento, ora pois!

João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá