sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Líder religioso é morto a tiros no Cosme Velho


RIO - O presidente da Sociedade de Ifá e Cultura Afro-Cubana no Brasil, o babalawó e jornalista Rafael Zamora Diaz, de 51 anos, foi morto a tiros no final da noite desta terça-feira no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio. Cubano, Diaz estava há 20 anos no Brasil. Segundo familiares, o motivo do crime pode ter sido passional.

De acordo com o delegado titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, o crime foi uma execução mas também tem outras linhas de investigações. A polícia também quer colher informações sobre um homem que teria desavenças com o babalawó. A polícia agora vai analisar um dossiê entregue por familiares que apontam o motivo do assassinato do líder religioso.

Zamora foi baleado diversas vezes enquanto estacionava o seu carro, por volta das 22h, em uma praça da Rua Cosme Velho, esquina com a Ladeira dos Guararapes, onde ele morava com o filho. Ele morreu na hora, e o criminoso fugiu. O corpo dele será enterrado ainda nesta quarta, no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita.


Clemente e Olga Zamora, irmãos da vítima, contaram que Zamora teve um relacionamento com uma mulher casada. Após descobrir o caso, há mais de um ano, o marido da amante teria começado a ameaçar o babalawó por telefone e pela internet. Os irmãos acreditam que o homem seja o autor do crime. O advogado da vítima chegou a elaborar um dossiê com todas ameaças e entregou para o Ministério Público, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O cubano Rafael Zamora foi cinegrafista de Fidel Castro, e estava radicado há quase 20 anos no Brasil. Ele era um dos poucos especialistas no Brasil do ifá, uma religião de origem africana, que surgiu no Egito, Nigéria e no Togo. Segundo seus seguidores, eles trabalham com forças da natureza. A religião possui muitas semelhanças com o candomblé.

Paralelamente aos estudos religiosos iniciados quando tinha apenas 7 anos, ele cursou engenharia eletrônica na antiga União Soviética e jornalismo em Cuba, onde acabou se tornando um dos mais destacados profissionais da televisão estatal, encarregado de acompanhar os passos do presidente Fidel Castro, no fim da década de 70. Zamora era ainda um admirador de Che Guevara.
EXTRA ON LINE

COMENTÁRIO

É com grande pesar que nos defrontamos com tão nefasta notícia, da morte trájica desse nosso irmão de fé, o Babalawô Rafael Zamora, um líder da religião de Ifá no Brasil, um homem de letras e de um espírito combativo a toda prova. Sem entramos no mérito das investigações policiais sobre a autoria e motivação, nos resta lembrar a importância da perda para a nação afro-brasileira, por conta da contribuição desse irmão, pois se hoje temos um cem número de sacerdotes de Ifá dentro da nossa Religião(Candomblé), em grande parte devemos a esse homem, que tantos iniciou nos mistérios de Ifá, para o engrandecimento do nosso culto no Brasil. De outro lado lamentamos a fragilidade da segurança pública do cidadão por conta de índices cada vez mais alarmantes de violência urbana, não obstante ter o governo do estado divulgado uma diminuição dos índices de homicídios no Rio de Janeiro. Queremos segurança governador!Para isso pagamos os nossos impostos em taxas tão elevadas, e não aplicadas em nenhum país do mundo. Rafael Zamora, que Xangô e Oxalá, a justiça e a razão, pois uma não subexiste sem a outra, te recebam em seus braços no Orum.
João Batista de Ayrá/advogado/jornalista/babalorixá