quinta-feira, 28 de outubro de 2010

aborto, assassinato, Band, CQC, Silas Malafaia


Pr. Silas Malafaia no CQC: A experiência de uma mulher contra os argumentos do pastor.
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O programa CQC no quadro “Documento da Semana” aborda um tema que tem sido o de maior polêmica nestes últimos dias, a apresentadora do CQC já começa afirmando ser o aborto uma questão de saúde pública.

No quadro foi exibida a opinião de diferentes personalidades, alguns representantes de Igrejas, como o pastor Silas Malafaia, e também houve a participação de uma jovem que já vivenciou a experiência do aborto.

Entre todos os entrevistados, o quadro focou a opinião de Silas Malafaia contra a experiência de Penélope Nova;

“Eu sou contra e digo por que, é muito simples, o feto não é prolongamento do corpo da mãe” Silas Malafaia

“Eu acho que o grande problema de aborto e da prática, é que as pessoas confundem aborto com assassinato, é tão mais complexa que essa afirmação rasa” Penélope Nova

“Eu não tinha a menor condição, nem financeira, nem psicológica, para fazer o aborto, não era hora, eu tinha 15 anos de idade” Penélope Nova

“A maioria das mulheres que fazem o aborto, é uma imposição do macho; amante, namorado ou pai, não é uma decisão dela” Silas Malafaia

“Eu falei sim com a minha vó e com a minha mãe, alias foi minha mãe que me orientou” Penélope Nova

“A verdade é essa amigo, aborto em 99% dos casos é fruto de promiscuidade e irresponsabilidade” Silas Malafaia

“Eu nunca fui uma pessoa promiscua, acho que já tive grandes momentos de irresponsabilidades, mais conheço vários representantes de Igrejas que foram bem irresponsáveis” Penélope Nova

Comentário
O tema aborto, ao longo da campanha presidencial, tanto no primeiro quanto no segundo turno, se tornou a tônica da discussão, quem era contra ficou a favor, e quem já era a favor, ficou mais ainda, desde que a igreja católica e igreja evangélica se manifestaram sobre em não dar apoio ao candidato que fosse a favor do aborto. Essa questão tem demonstrado o quanto o fator religioso infelizmente, ainda possui o ranço da época do Brasil colônia, quando a igreja ainda era estado, e hoje, apesar da independência dos poderes, ainda vivemos sob a égide da interferência da religião nos destinos do país. Esquecem-se essas pessoas que o aborto um problema de saúde pública, que atinge um grande número de mulheres em todo o país, segundo as mais robustas estatísticas sobre o tema, morrem mais mulheres vítimas de complicações decorrentes do aborto, do que no trânsito. Em assim sendo, querer criar obstáculos políticos religiosos por conta do aborto, é demonstrar total ignorância aos mais basilares princípios éticos, morais e democráticos. Pois embora seja a prática do aborto um crime previsto na nossa legislação penal, a grande questão está em que a mulher ao praticar o aborto, normalmente está possuída de razões que a própria razão desconhece. Cabendo ao homem, não querer entender essas razões, mas tão somente interpretá-las, evitando assim, fazer julgamentos precipitados sobre um fenômeno sobre o qual ele (o homem) não tem compreensão. Mas vamos continuar rumo ao futuro para encontrarmos um divisor de águas entre a permissividade do aborto além do que hoje se permite, e a criminalização, para que assim, não se puna tanto e nem tanto se permita.
João Batista (de Ayrá) Martins de Souza/advogado/jornalista/babalorixá