quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Contra a liberação do aborto, arcebispo de Belém divulga carta antipetista

23/09/2010 - 18h15
Contra a liberação do aborto, arcebispo de Belém divulga carta antipetista
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SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO
A Folha On Line
O arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira Corrêa, divulgou carta com um manifesto antipetista que recomenda a "todos os cidadãos e cidadãs brasileiros" que, nas próximas eleições, "deem seu voto somente a candidatos e partidos contrários à descriminalização do aborto".

A carta reproduz o documento "Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras", elaborado no 2º Encontro das Comissões Diocesanas em Defesa da Vida, realizado em julho pela Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), com sede em São Paulo.

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O documento lista nove pontos que mostram que o PT ou o governo do presidente Lula defenderam a descriminalização do aborto e cita indiretamente a candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.

O texto relata, por exemplo, que no 4º Congresso Nacional, em fevereiro, o PT apoiou o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, "assinado pelo presidente e pela ministra da Casa Civil [cargo ocupado por Dilma até abril]", no qual reafirmou a defesa da descriminalização do aborto.

Procurado pela reportagem, o arcebispo de Belém não quis comentar a carta.

No final de agosto, os bispos da Regional Sul 1 referendaram o documento e recomendaram sua divulgação.

O coordenador da Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul 1, padre Berardo Graz, disse que a posição da regional poderá ser defendida em missas ou em reuniões das pastorais.

Segundo ele, o PT "cometeu o pecado" de incluir a descriminalização do aborto em seu programa e por isso foi citado no documento. Outros partidos, como o PV e o PSOL, reúnem candidatos com diversos posicionamentos sobre o aborto.

A CNBB informou, por meio de sua assessoria, em Brasília, que sua posição sobre as eleições foi explicitada na "Declaração sobre o Momento Político Nacional", divulgada em maio, em que incentiva que sejam eleitas "pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida", entre outros pontos.

Questionada pela Folha, no final de agosto, Dilma disse que é "pessoalmente" contra o aborto, mas que, caso seja eleita, tratará o assunto como "caso de saúde pública". O diretório do PT não se manifestou sobre o documento.