terça-feira, 24 de agosto de 2010

2010Justiça interdita sede da Igreja Mundial por falta de segurança


terça-feira, 24 de agosto de 2010Justiça interdita sede da Igreja Mundial por falta de segurança

Vizinhos se infiltraram entre os fiéis para filmar irregularidades

Em dezembro de 2009, a sede da IMPD (Igreja Mundial do Poder de Deus), no Brás, São Paulo, foi interditada por falta de segurança e por entupir o trânsito. Em março deste ano, a prefeitura suspendeu a interdição, mas os problemas continuaram.

Na sexta, o templo foi fechado de novo, mas por uma decisão da juíza Maria Gabriella Pavlopoulos Spaolongi, da 13ª Vara Cível de São Paulo.

Os moradores da vizinhança vinham reclamando com a prefeitura, que não tomou nenhuma providência. “Tudo que falávamos, era ignorado”, disse um morador do Condomínio Fontana Liri, que fica próximo da sede. “Parecia que era invenção nossa que ninguém conseguia sair de casa no domingo, dia de culto, por causa do trânsito."

Durante a interdição anterior, Valdemiro Santiago (foto), o fundador da igreja, chegou a ameaçar os políticos com a afirmação de que nestas eleições os fiéis saberiam bem em qual partido votar, sugerindo que não seria o DEM, o do prefeito Gilberto Kassab. Falou que faria no Brás uma manifestação de protesto com a participação de um milhão de pessoas. E o templo foi reaberto.

Desta vez, os moradores da região se organizaram para enfrentar a Igreja Mundial e a conivência da prefeitura. Eles se infiltraram entre os fiéis e, com uma câmera digital, filmaram e tiraram fotos da superlotação do templo, da falta de segurança (as saídas de emergências ficavam obstruídas), fiéis urinando na rua, camelôs entupindo bueiros e a ausência da fiscalização nos dias de cultos.

“A gente ligava para o CET denunciado que os carros e ônibus estavam parados em cima das calçadas, e nunca nada foi feito.”

Os moradores mostram ao Ministério Público 212 fotos e 31 horas de filmagens, e o órgão acionou a Justiça.

Pela determinação da juíza, o templo só poderá ser reaberto após obter em definitivo o alvará de funcionamento da prefeitura e, para tanto, a IMPD terá de reformar o prédio e adotar medidas para que não haja congestionamento do trânsito.

A juíza também proibiu a prefeitura de emitir licença provisória para que a igreja use o imóvel. Até ontem, as autoridades não tinham se manifestado sobre a decisão judicial por não ter recebido a notificação. A IMPD também ficou quieta.

Durante a primeira interdição, Valdemiro Santiago posou de vítima, disse que, como “homem de Deus”, estava sendo perseguido e aproveitou a oportunidade para pedir aos fiéis mais doações.



Com informações do G1, Estadão e deste PAULOLOPESWEBLOG