segunda-feira, 12 de julho de 2010

Liberdade de cultos no país da Copa


Liberdade de cultos no país da Copa A religião também teve seu papel na luta contra o apartheid A religião na África do Sul tem nas igrejas cristãs a maior concentração de seguidores, assim como acontece no Brasil, mas muitas são as particularidades no país-sede da Copa do Mundo de 2010. Devido à forte colonização européia, igrejas como a Anglicana (de origem inglesa) e a Reformada Holandesa (símbolo da presença holandesa nos países onde se fez presente a partir do século 16) apresentam números expressivos. A África do Sul também possui diferentes religiões nativas relativas a seus inúmeros grupos étnicos. Muitas pessoas se dividem entre alguma religião cristã e as crenças baseadas nas tradições de seus antepassados, prova da liberdade que o povo sul-africano desfruta ao escolher sua religião. O hinduísmo também é forte. Representado por 1,2% da população nacional, é um dos países fora do continente asiático com maior número de seguidores. Esse fenômeno se deve ao fato de Durban, no leste do país, abrigar a maior comunidade de indianos fora da Índia.

Religião contra o apartheid
A religião também teve seu papel na luta contra o apartheid, sistema de segregação racial que imperou na África do Sul até o início da década de 1990. A fé dos negros em suas diferentes crenças, foi considerada uma importante arma diante das restrições políticas e sociais impostas por parte da minoria branca. Atualmente, a religião também é encarada como fundamental, na reconstrução da identidade do país. Boa parte das escolas cede espaço para orações e cultos e oferece ensino que informa sobre a diversidade de religiões, que inclui cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo, entre outras.

FIFA repreende brasileiros
A CBF recebeu um alerta da FIFA, pela comemoração da seleção brasileira na conquista da Copa das Confederações de 2009 - feito alcançado depois da vitória por 3 X 2 sobre os Estados Unidos na decisão do título. A delegação formou uma grande roda de oração no gramado do estádio Ellis Park, na cidade de Johanesburgo. A federação dinamarquesa reprovou a atitude, argumentando que os brasileiros transformaram a festa em um evento religioso. Países europeus temem que jogadores que atuam no continente, apelem ao extremismo em suas comemorações. A FIFA assegura que está atenta ao tema. Segundo trabalho do Pew Research Center, centro de pesquisa sediado em Washington, África do Sul e Brasil estão entre os países que impõem menos obstáculos à liberdade religiosa em todo o mundo, fazendo companhia a Japão, Estados Unidos e Itália. O estudo foi realizado com base em informações de quase 20 organizações estatais e não-governamentais e levou em conta limitações constitucionais e outras restrições à liberdade religiosa. O povo cultiva diversas religiões nativas bastante peculiares. Em geral, eles consideram os antepassados como elos com o mundo espiritual e dotados de poderes que influenciam no cotidiano. Costumes para manter uma boa relação com os ancestrais, são passados de geração em geração e incluem diferentes recursos. Os mais comuns são as fórmulas terapêuticas, o uso de substâncias naturais e até poderes sobrenaturais. O país foi homenageado pelo Olodum no Carnaval 2010. O tema do grupo foi a união do Brasil com África do Sul e Índia na luta pela igualdade e pela justiça, com destaque para a inspiração em nomes como Mandela, líder da luta contra o racismo. Homens e mulheres do bloco se fantasiaram de jogadores de futebol em referência à sede da Copa. As cores da bandeira sul-africana deram o tom das fantasias.

Fonte: UOL