segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bissexualidade merece nosso maior respeito, diz Chico Xavier em entrevista histórica


30/04/2010 - 22h16
Bissexualidade merece nosso maior respeito, diz Chico Xavier em entrevista histórica

da Livraria da Folha Divulgação

Edição traz as duas entrevistas com o médium e conteúdo inédito


"Aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito", afirmou o médium mineiro Chico Xavier (1910-2002), em uma entrevista histórica concedida à extinta TV Tupi no ano de 1971.



O encontro ao vivo --que deveria durar uma hora-- prolongou-se por mais três vezes. A audiência foi estimada em mais de 20 milhões de brasileiros. Chico Xavier foi recebido duas vezes no programa televisivo "Pinga-Fogo", que era apresentado por Almyr Guimarães (1924-1991).

A transcrição das entrevistas está no livro "Pinga-Fogo com Chico Xavier" (Editora Intervidas, 2009), que entrou na lista dos mais vendidos publicada pela Folha.

Assuntos importantes são abordados no volume, como família, educação, umbanda, divórcio e homossexualidade. Abaixo, leia um trecho.

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Homossexualismo e sexo

ALMYR GUIMARÃES Chico, tem aqui uma pergunta de dona Maria Lúcia Silva Gomes. Pergunta: "Como se explica o homossexualismo e a perturbação no comportamento sexual à luz da doutrina espírita?"

CHICO XAVIER Temos tido alguns entendimentos com Espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito.

O homossexualismo, tanto quanto a bissexualidade ou bissexualismo como a assexualidade são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade. Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito. E acreditamos que o comportamento sexual na humanidade sofrerá de futuro revisões muito grandes, porque nós vamos catalogar, do ponto de vista de ciência, todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão numa condição de esterilidade.

A criatura humana não é só chamada à fecundidade física, mas também à fecundidade espiritual. Quando geramos filhos, através da sexualidade dita normal, somos chamados também à fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores.

Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que dizem respeito seja à sua condição de alma em prova ou à sua condição de criatura em tarefa específica.

De modo que o assunto merecerá muito estudo e poderemos voltar a ele em qualquer tempo que formos convidados Porque nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade, que precisaríamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco.

Se as potências do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro nos recursos gustativos, nas mãos, na tatilidade com que as mãos executam trabalhos manuais, nos pés; se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento no bem, isto é, potências consagradas ao bem e à luz em nome de Deus, seria o sexo, em suas várias manifestações, sentenciado às trevas?
Reencarnação, mediunidade, família, educação, umbanda, homossexualismo, divórcio e muitos outros importantes assuntos são abordados por Chico Xavier, com a assistência do Espírito Emmanuel, nos dois históricos programas "Pinga-Fogo" da TV Tupi.

"Pinga-Fogo" com Chico Xavier é uma edição especial que traz as duas entrevistas na íntegra e ainda apresenta conteúdo inédito e grande repertório de imagens e notas explicativas e ilustrativas. O livro tem belo projeto gráfico que inclui miolo em duas cores, tornando a leitura leve e funcional. Apresenta também índice remissivo com mais de 800 entradas que facilitam a consulta e refletem a riqueza do conteúdo. O texto mantém-se fiel às falas, permitindo que os leitores vivenciem a emoção e a alegria que estiveram presentes nos programas.

O espiritismo não foi o mesmo depois daqueles memoráveis programas. Agora o leitor pode compreender porque a trajetória do espiritismo no Brasil apresenta-se como antes e depois do "Pinga-fogo" com Chico Xavier.

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