terça-feira, 18 de maio de 2010

Alcântara (MA) celebra festa do Divino Espírito Santo




Edição do dia 18/05/2010

18/05/2010 08h59 - Atualizado em 18/05/2010 09h01
Alcântara (MA) celebra festa do Divino Espírito Santo
Comunidade tenta reproduzir nas ruas o que não está registrado em nenhum livro de história: a visita do imperador Dom Pedro II à cidade que tem seu sobrenome.


imprimir No litoral do Maranhão, a pequena cidade de Alcântara se transforma em um império de faz de conta. É o mês da festa do Divino Espírito Santo.

Bem cedo, às 5h, o som que sai dos instrumentos de percussão invade as ruas e os casarões de Alcântara. Antigas moradoras da cidade, descendentes dos quilombolas, anunciam o dia de festa.

Nas ruas, a legião de devotos do Divino Espírito Santo carrega nos ombros a tradição de um festejo de quase quatro séculos. Uma mistura de penitência, fé e adoração para levar um mastro de cem metros de comprimento até a praça central da cidade, onde é hasteado.

Em Alcântara, os moradores levam tão a sério a tradição que há até uma missa, onde o padre vai coroar a imperatriz. É um momento muito especial para todas as pessoas que vieram até a igreja. Há todo um ritual que é respeitado e seguido pelos devotos desde que a festa começou há quase 400 anos.

Nas ladeiras de Alcântara segue a realeza. Na cidade do faz de conta, tem até trono para a majestade.

“Vale muito a pena fazer isso. Ao mesmo tempo a gente se diverte e representa”, diz uma moradora da cidade.

Relatos históricos dão conta de que moradores de Alcântara esperaram a visita de Dom Pedro II em meados do século 19. Chegaram a levantar as paredes de dois casarões para hospedar o visitante e sua comitiva. As ruínas ainda resistem ao tempo, já os nobres, nunca pisaram no local, mas nem por isso foram odiados ou esquecidos. Até hoje, a comunidade tenta reproduzir nas ruas o que não está registrado em nenhum livro de história: a visita do imperador à cidade que tem seu sobrenome.