sábado, 24 de abril de 2010

Vítima de abuso sexual recorre à Justiça americana contra o papa


sexta-feira, 23 de abril de 2010
Vítima de abuso sexual recorre à Justiça americana contra o papa

Um homem encaminhou à corte federal americana uma ação contra o papa Bento 16 e outros religiosos sob a acusação de que protegeram o padre Lawrence Murphy, que abusou de 200 crianças surdas de uma escola católica.

Uma dessas crianças é o autor da ação.

Ele disse que foi vítima durante anos do padre, que, acrescentou, tentou fazer sexo inclusive dentro do confessionário.

Murphy foi professor da escola St. John, próxima de Milwaukee, entre 1950 e 1975. Doente, ele morreu em 1998 sem ter recebido nenhuma punição do Vaticano.

Na época das denúncias, o cardeal Joseph Ratzinger era responsável pela poderosa Congregação para a Doutrina da Fé.

O autor da ação afirmou que o futuro papa estava informado sobre Murphy, mas nada fez para poupar a imagem da Igreja Católica, e as crianças ficaram à mercê do predador sexual. Ele também pede que o Vaticano seja obrigado a abrir os arquivos confidenciais sobre o padre.

Ao final do mês passado, quando o New York Times publicou sobre a existência de documentos que provam a complacência de Ratzinger para com Murphy, o papa disse, indiretamente, que se tratava de “fofoca”.

Agora, Jeffrey Lena, advogado do Vaticano nos Estados Unidos, afirmou que as acusações não têm "o menor sentido" e que o papa não pode ser processado porque possui imunidade como governante de um Estado soberano.

Para os escritores britânicos e militantes ateus Richard Dawkins e Christopher Hitchens, o papa está ao alcance da Justiça porque a ONU (Organização das Nações Unidas) não reconhece o Vaticano como Estado. Eles pretendem pedir a prisão do papa por crimes contra a humanidade quando ele visitar a Grã-Bretanha, na segunda quinzena de setembro.

Bento 16 aceitou ontem (22) a demissão do bispo pedófilo James Moriarty, 73, da Irlanda.

Nesta sexta (23), o bispo Roger Vangheluwe, de Bruges (Bélgica), também renunciou.

Ele disse: “Quando eu era um simples sacerdote e por um certo tempo no início do meu episcopado abusei sexualmente de um jovem. No decorrer das últimas décadas, mais de um vez, reconheci a minha culpa ante ele, como ante a sua família e pedi perdão. Mas isto não o pacificou. E nem eu estou pacificado”.

Só nesta semana, Vangheluwe é o quarto bispo a renunciar.

Com agências.
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