sexta-feira, 9 de abril de 2010




sexta-feira, 9 de abril de 2010
As Raízes da Intolerância Religiosa


Aqui no Rio de Janeiro um jornal chamado Extra saiu com um especial na semana retrasada sobre intolerância religiosa, mostrando como umbandistas são alvo de hostilidades por parte sobretudo de evangélicos, algumas vezes perdendo oportunidades de emprego e até tendo a dignidade desprezada. Um dos casos relatados é o de um garoto no colégio que enquanto cultivava suas obrigações religiosas e usava adereços típicos da sua cultura religiosa africana como guia de contas e colar de palha, foi chamado de “filho do capeta” pela professora na frente de todos e encaminhado à direção.

Mais recentemente hove um caso de exemplo de laicidade no poder público que deveria servir de exemplo. O novo presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, Luiz Zveiter, mandou retirar o crucifixo que estava na sala do Órgão Especial, o que logo revoltou os católicos, mas que agradou espíritas, judeus e até evangélicos (sem contar ateus e agnósticos, não mencionados pela reportagem).


Entre retirada de crucifixos, estátuas de gesso de condomínios, construções de monumentos de cunho religioso e até em escala mais grave a de guerras sangrentas na Faixa de Gaza e Irlanda, reside algo em comum, o estopim cego da religião.

Há um movimento em busca da tolerância entre os praticantes de diferentes religiões, sobretudo no Rio, mas é impossível não notar um certo ar de intransigência, sobretudo no olhar dos adeptos de religiões de matriz abrâmicas como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Esse entrave dá-se por causa do monoteísmo radical que os textos sagrados dessas religiões, que oscilam entre não aceitar o direito alheio à diversificação de adoração (e também ao direito alheio de não areditar) ao ódio por aquilo que vai de encontro ao que considera sagrado.

Eu me pergunto se há realmente possibilidade de diálogo entre cristãos e adeptos de qualquer outra religião quando a primeira lei deles começa com “não terás outros deuses além de mim”. E quando os reflexos dessa lei recaem, dependendo da denominação, em apenas um preconceito velado por aquilo que não se acredita até atos extremados como guerras civis, execução de inocentes e tudo o mais que acontece em função de uma crença que é cega quato a justiça deve ser. Ouso dizer que o maior causador de conflitos cegos pelo mundo (excluindo aí variações modernas de expansionismo econômico predatório, esse ao menos tem um propósito concreto, mesmo que escuso) é o monoteísmo, a forma mais insegura e ciumenta que os amigos imaginários podem assumir.

fonte:http://canecaorbital.blogspot.com